domingo, 26 de outubro de 2008

EDUCAÇÃO FAZ A DIFERENÇA

Em 28 de Agosto de 2008 foi publicada uma matéria no Jornal O Globo sobre o que representa a educação em uma eleição. Os autores, doutorandos em Economia na Universidade de Harvard Igor Barenboim e Leonardo Bursztyn concluíram que indivíduos menos abastados e com menor escolaridade tendem a apontar a Educação com menor prioridade do que indivíduos mais ricos. Gastos com assistencialismo são os mais valorizados por esta faixa. A teoria econômica explica que a menor liquidez ou falta de recursos dos menos abastados os empurra a votar no assistencialismo. Outra interpretação, esta na linha psicológica, é que o que é bom para si pode se perpetuar. Esta dissonância cognitiva implica que os menos educados também acreditam que seus filhos não necessitam se educar.As analises da eleição em 2004 apurou que os municípios pobres o prefeito que aumentou gastos com assistencialismo em detrimento aos gastos com Educação teve maiores chances de se eleger ou fazer seu sucessor. Já em municípios ricos, investimentos em Educação trouxe sucesso nas urnas. Por fim foi verificado que em paises pobres, mais democracia implica em menos investimento em Educação. Em paises ricos, mais democracia é mais investimento em Educação. A analise destes dados indica que a crença defendida por alguns autores e partidos políticos de que as elites se apoderam do poder e previnem que os mais pobres tenham acesso a ele não é verdadeira, não se adequa a realidade. Na verdade apesar da Educação ser dever do Estado, e direito de todos, os menos abastados não a transformam em voto nas urnas. Este mecanismo faz com que os municípios mais pobres continuem pobres criando um obstáculo a redução da desigualdade. Programas como o bolsa escola são um exemplo de solução pelas condições impostas para ser merecedor do auxilio. Os pobres se interessam porque é um beneficio assistencial e os ricos desejam que os pobres estudem para compor uma mão de obra qualificada e aumentar a massa trabalhadora reduzindo salários. Nesta eleição que acaba de ser encerrada no Rio de Janeiro com a vitória do Eduardo Paes por apenas 55 mil votos, cabe ressaltar que foi a vitória dos menos escolarizados, foi a vitória da zona oeste(sem a Barra da Tijuca), e dos bairros pobres e de péssimos índices de desenvolvimento. O que podemos concluir disso? Que os pobres e sem escolaridade são em maior contingente que os escolarizados e abastados? Ou que receberam uma ajudinha dos analfabetos políticos e com visão suburbana" para elegerem um candidato visivelmente refém do governador, do presidente, e ate mesmo do bispo e do tal cimento social? Para se eleger, aceitou a paternidade do governador do estado cuja maior política é o enfrentamento com traficantes e as UPAs onde os médicos não aparecem, aliou-se aos vereadores associados a milícias e a um bispo da Igreja Universal, e por ultimo a aliança espúria com o presidente da republica cujo busca pelo apoio envergonharia qualquer pai tamoio. As promessas de campanha do prefeito eleito também são assustadoras. Promessas sobre o funcionalismo público municipal e a ampliação dos benefícios merecem atenção especial. Também as promessas sobre as VANs e o transporte de massas devem ser acompanhadas pela sociedade. E nós, o que podemos fazer? Esta na hora de fazermos alguma coisa. Não bastou fazer campanha na INTERNET. Atingimos apenas um contingente esclarecido que já pensa grande. Precisamos atingir os menos esclarecidos, precisamos levantar das nossas cadeiras em nossas salas com ar refrigerado, em frente a um laptop ultimo tipo, precisamos ir aos lugares em que possamos abrir "corações e mentes" para o futuro. Não adianta reclamarmos dos problemas municipais e não participarmos efetivamente da solução destes problemas. Procure a sua associação de bairro, ou da sua rua. Não existe? Crie uma. Participe das reuniões, opine, não se omita. Caso contrário, estaremos condenados a eleger prefeitos que não nos representam e darão continuidade a políticas assistencialistas, alianças espúrias e proteção a segmentos da sociedade que gostaríamos de ver longe da nossa cidade.