sexta-feira, 19 de março de 2010

AFINAL, COMO COMEÇOU ESTA HISTORIA?

Muito tem se falado sobre os royalties da exploração do petróleo no mar - é da União ou dos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo?
Esta pergunta, ainda que repetida a exaustão na última semana e mesmo pertinente diante da aprovação da emenda Ibsen na Câmara dos Deputados, ficará sem resposta por algum tempo, um pouco mais se o Senado resolver suspender covardemente o pedido de urgência - deixando para depois das eleições presidenciais a resposta que o Rio de Janeiro espera - Lula vai aprovar ou vetar a lei em caso de aprovação da emenda no Senado? Aprovada ou não, creio que a gritaria desvia a atenção para a real questão a ser investigada, - Por quê Lula enviou este projeto de lei ao Congresso em ano eleitoral? Trata-se de uma regulação do petróleo sob a camada de pré-sal existente no mar "brasileiro". Como ninguém ainda sabe direito o volume, como explorar e o que será encontrado, para que fazer uma lei que só vai valer lá para 2016? Será um factóide, uma invenção do nosso presidente para promover um nacionalismo barato e ganhar votos para sua candidata? Brincadeira perigosa que fatalmente provocaria o debate sobre a divisão dos royalties da concessão atual. É chamariz para as moscas. E ai está a emenda Ibsen.
Meu palpite é: Lula e o PT acham mesmo que os royalties devem ser divididos entre todos os Estados. E sabem por quê? Porque isto reflete o pensamento socialista obtuso e ultrapassado de que todos devem ser tratados como iguais, mesmo que não produzam igualmente.
Se aprovado no Senado, Lula não vetará a lei e lançará mão do argumento mais cínico para justificar sua atitude - de que foi votado democraticamente pelo Legislativo. Lavará as mãos como Pilatos.
Lula não se importa de quebrar o Rio de Janeiro. Arrogantemente quer fazer seu sucessor sem medir as conseqüências de suas escolhas - seu projeto é pessoal e não para o Brasil ou para o Rio de Janeiro. Se a sua cabeça pensar que este ou aquele projeto o colocará em evidencia, certamente o fará.
A parte boa desta historia toda, se é que perder 7 bilhões pode ter algo de bom, é a reação que tal perda pode provocar na população destes estados. A eleição esta ai e se os candidatos das oposições conseguirem estabelecer a responsabilidade ou, no mínimo, a negligencia do presidente Lula em relação a assunto tão vital para os nossos estados, talvez tenhamos nas urnas do Rio de Janeiro a resposta para a arrogância presidencial e para submissão estadual. Afinal, somos o segundo colégio eleitoral do Brasil e precisamos dar um basta aos políticos que colocam suas ambições pessoais acima do interesse nacional e do bem comum.