terça-feira, 1 de abril de 2008

Cirurgia Plástica, voce ainda vai fazer uma

Um dia, distraídos passamos em frente a um espelho qualquer e: “Epa, este rosto não me pertence, esta que me olha do espelho não sou eu!.”
Após o choque, surge a vontade de dar uma “puxadinha” ou uma “aspiradinha”. Não é verdade? Quem é a mulher de meia idade que em frente ao espelho do seu banheiro, com o trinco passado, não leva as mãozinhas ao rosto e estica as pelinhas que estão sobrando? Ou abre os olhos escondidos pelas pálpebras que teimam em cair sobre eles? O tal do bigode chinês, que horror! A ruga que vai do nariz ao queixo na perpendicular e que a ação do tempo faz da linha quase uma paralela ao queixo. Ou se olha de lado para ver em qual “degrau” esta a dita cuja. E os homens? Não são diferentes não, encolhendo a barriga e fazendo pose de halterofilista? Puxando os “pneus” para trás para lembrar como eram antes da barriguinha de chopp se instalar.
O que leva uma pessoa a se submeter a uma cirurgia plástica? Afinal de contas envolve todos os riscos de outra cirurgia qualquer. O risco da anestesia, o resultado que pode não ser o esperado, o desconforto no pós-operatório. Mas os indicadores só fazem aumentar, incluindo ultimamente o sexo masculino na pesquisa.
Na verdade, a resposta para o aumento na procura deste tipo de cirurgia está ligado a longevidade. Estamos vivendo mais, a expectativa de vida só faz subir e a mudança no paradigma da velhice – a geração da minha avó era velha aos 30 anos, é uma conjunção favorável a correções estéticas. Hoje nos recusamos a sermos velhos aos 60. Passamos a cultivar mais a saúde, fazemos caminhadas, musculação, dançamos, namoramos e participamos da vida social e política do país. Somos jovens na cabeça e na atitude diante da vida. Então, um espelho traiçoeiro aparece no nosso caminho.
“- Eu não faço, acho uma bobagem ...Além do mais temos que ter dignidade para envelhecer."
As palavras são acompanhadas em geral por uma expressão de superioridade, fazendo você se sentir frívola, perua e ridícula. Todos nós já ouvimos isso ao manifestar o desejo de uma plástica para alguma amiga ou em uma roda de conversa na piscina do clube. Em geral vem das pessoas que gostariam de fazer (e até precisariam) mas não tem coragem de admitir. Estes casos só o divã poderá resolver.
Alguns tipos de cirurgia plástica, desde o início, foram considerada como um comportamento superficial, talvez porque tenham sido praticadas de início na classe rica, pelas dondocas que não queriam envelhecer, jovenzinhas para sempre. As excluídas morriam de inveja. Depois que o custo foi reduzido, tornou-se um procedimento acessível a outras classes sociais. Atualmente até alguns hospitais públicos tem atendimento e enfermarias específicas para isso. Mas o preconceito continua. Pintar o cabelo pode, não é mesmo? Operar o nariz também, seios grandes que pesam também pode. Mas implantar silicone para aumentar não pode. Lipoaspiração é sempre seguida por um “Oh... mas você tem coragem?”Claro, existem pessoas que exageram na busca obssessiva da eterna juventude. Mas não estamos falando disso. Não estamos falando de mudanças radicais no corpo, com silicones exagerados nos peitos e glúteos ou de expressão facial com lábios a “la Angelina Jolie”, olhos asiáticos e nariz de pequinês. A medicina tem aplicado milhões em dólares em pesquisas no projeto Genoma. Um projeto que promete uma revolução na humanidade. E não será somente na questão de doenças. A estética virá na esteira dos resultados principais. E as mudanças não serão limitadas à medicina- relações sociais, trabalho e previdência serão atingidos diretamente. Mas isto é outra história.
Por que rugas se a medicina nos oferece os recursos necessários a nos mantermos esteticamente agradáveis ao olhar? Exageros a parte, sou favorável e faço parte daquele grupo que adota as tais correções. Não seremos jovens para sempre, nem a proposta da cirurgia plástica é esta . Mas sempre poderemos ser agradáveis ao olhar.

Nenhum comentário: