quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
QUANDO VAMOS APRENDER?
No sábado, dia 15 de janeiro de 2011, Cristovam Buarque escreveu uma crônica sobre os pobres e os programas sociais realizados em torno dos últimos 40 anos e suas esperanças sobre o PAC da pobreza anunciado pela nova presidenta. Sou mais cética do que ele. Entretanto a cronologia dos programas sociais chamou-me a atencão. Os governos militares implantaram a aposentadoria rural que se por um lado diminuiu o grau de penúria no campo por outro lado tungou os contribuintes urbanos obrigando que o montante arrecadado pelo trabalhador urbano fosse dividido com os rurais. Nos EUA isto daria morte. Aqui nada se fez. Continuando, o governo Sarney implantou a distribuição de comida. O governo de Fernando Henrique Cardoso implantou nacionalmente o programa bolsa escola. E Lula? Bem, Lula se apoderou do programa de Fernando Henrique, chamou de Bolsa Família e deu para o Nordeste inteiro. No Maranhão e no Recife, passa de 70% a população que recebe o benefício. Quanto dinheiro já se gastou em programas sociais sem que nenhum governo informasse a população sobre o resultado de tais programas? Aliás, se lermos os indicadores sociais do país teremos a sensação que nada foi feito. Por que a classe média formada por gente que trabalha e paga imposto, gente com escolaridade suficiente para perceber que está sendo tungada há 40 anos nada faz? Por que somos tão passivos diante do escárnio que jogam na nossa cara todos os dias através das noticias que lemos – governador tem pensão vitalícia, sabiam? Para um mandato. Os congressistas tem também pensão vitalícia depois de 2 mandatos. E presidente da Republica também. A média das aposentadorias e pensões do Ministério Publico é escandalosamente a maior de todas. Os casos são tantos e tão absurdos que não sabemos por onde começar. O aumento de mais de 60% que o legislativo “ se concedeu” torna ridículo o debate sobre a correção do salário mínimo – R$ 540,00 ou R$ 545,00 ? Os brasileiros perderam a vergonha, somos uma massa inerte e frouxa diante de tanto descalabro. Onde está a capacidade de reagir e cobrar dos governantes o que eles fazem com o nosso dinheiro? Por que é o nosso dinheiro que está sendo rasgado, picado e jogado no lixo. Ou no bolso de alguém. As entidades representativas da sociedade são indiferentes aos desmandos dos governos e se tornaram reféns dos políticos que ajudaram a criar. Leis são mudadas por questões ideológicas e ninguém questiona. Nos EUA, o presidente Obama está vivendo um período “negro” na sua gestão democrata. Os americanos não gostam de sustentar assistencialismo e nem Estado gastador. Obama teve sorte e em um atentado realizado por um extremista, uma senadora democrata foi alvejada. Talvez consiga virar o jogo contra os republicanos, opositores ferrenhos. Observem que lá as pessoas levam a extremos suas convicções. E nós, quando vamos aprender com eles? Quando nossa oposição vai acordar?
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
LIBERDADE E DEMOCRACIA
Aforismos, máximas ou citações sempre exerceram uma atração irresistível sobre mim. Possuo vários livros de citações e frases famosas. Talvez a preguiça de ler um livro inteiro seja uma das razões. A outra é que pela genialidade de alguns, tenho acesso a uma idéia de forma rápida e direta já que alguns livros organizam as citações por assunto.
Desde jovem tenho este hábito e algumas frases ficaram gravadas, não sei bem o porque e de vez em quando emergem quando leio sobre um assunto afim. Hoje lembrei-me de uma que me ocorre recorrentemente desde que um tal comunista italiano chamado Gramsci escreveu sobre a tomada do poder pelas vias democráticas.
A frase , que não me lembro o autor é a seguinte ”... a liberdade é imprescindível, a democracia é apenas importante”. Lembro-me que na época não percebi a sutil diferença que o autor quis transmitir. Na realidade, poucos conseguirão entender se não estiverem bem atentos as práticas institucionais do seu pais. O que me troxe estas lembranças foi a leitura de duas matérias no jornal de 1* de Janeiro de 2011. A primeira delas narra a condenação a morte de uma mulher que vive no interior do Paquistão. Pais islâmico, existe no Paquistão uma lei chamada Lei da Blasfêmia que determina a pena de morte a quem insultar o profeta Maomé. A mulher condenada a morte chama-se Ásia Bibi, tem 45 anos, é cristã e mãe de cinco filhos. Foi acusada por uma vizinha depois de uma disputa por água. Um médico está na mesma situação por ter jogado fora um cartão de visitas de um homem chamado Mohamad – nome do profeta.Segundo a matéria, desde 1986, 1.274 pessoas já foram indiciadas pelo crime de blasfêmia. A condenação a morte foi comutada mas grupos de direitos humanos denunciam mais de 30 mortes por linchamento quando os suspeitos deixaram a cadeia. Em torno de 60% são não muçulmanos. Existe um movimento para modificar tal lei mas clérigos religiosos convocaram greve geral para manter tudo como está. Um religioso radical ofereceu uma recompensa de quase US$ 6.000 a quem acabar com a vida de Ásia Bibi caso o governo não leve adiante a pena capital.
A segunda matéria trata dos refugiados da Coréia do Norte. Desde de 1995 quando a epidemia da fome matou mais de um milhão de pessoas, uma população de refugiados tenta entrar na China. Estamos tratando de um número entre 200 e 500 mil pessoas. Os que conseguiram burlar a polícia chinesa, encontraram abrigo entre os missionários das igrejas batista, metodista, e evangélica. Mais de dez anos depois, estes refugiados foram convertidos as religiões pelos missionários e estão retornando a Coréia do Norte, para converter o povo e derrubar o ditador Kim Jong-il. Claro que 90% dos que retornaram foram capturados pelo regime e já morreram.
Observe que as duas matérias tratam de religião e estado. O primeiro caso é uma teocracia, o segundo caso trata de um país comunista e ateu. Qualquer que seja o regime, é a falta de liberdade e a intolerância existente nestes países e em vários outros, muçulmanos ou não que provoca estas tragédias. Liberdade é a palavra chave para que a povo de um país tenha a garantia que o Estado serve a ele e não o contrário.
Desde jovem tenho este hábito e algumas frases ficaram gravadas, não sei bem o porque e de vez em quando emergem quando leio sobre um assunto afim. Hoje lembrei-me de uma que me ocorre recorrentemente desde que um tal comunista italiano chamado Gramsci escreveu sobre a tomada do poder pelas vias democráticas.
A frase , que não me lembro o autor é a seguinte ”... a liberdade é imprescindível, a democracia é apenas importante”. Lembro-me que na época não percebi a sutil diferença que o autor quis transmitir. Na realidade, poucos conseguirão entender se não estiverem bem atentos as práticas institucionais do seu pais. O que me troxe estas lembranças foi a leitura de duas matérias no jornal de 1* de Janeiro de 2011. A primeira delas narra a condenação a morte de uma mulher que vive no interior do Paquistão. Pais islâmico, existe no Paquistão uma lei chamada Lei da Blasfêmia que determina a pena de morte a quem insultar o profeta Maomé. A mulher condenada a morte chama-se Ásia Bibi, tem 45 anos, é cristã e mãe de cinco filhos. Foi acusada por uma vizinha depois de uma disputa por água. Um médico está na mesma situação por ter jogado fora um cartão de visitas de um homem chamado Mohamad – nome do profeta.Segundo a matéria, desde 1986, 1.274 pessoas já foram indiciadas pelo crime de blasfêmia. A condenação a morte foi comutada mas grupos de direitos humanos denunciam mais de 30 mortes por linchamento quando os suspeitos deixaram a cadeia. Em torno de 60% são não muçulmanos. Existe um movimento para modificar tal lei mas clérigos religiosos convocaram greve geral para manter tudo como está. Um religioso radical ofereceu uma recompensa de quase US$ 6.000 a quem acabar com a vida de Ásia Bibi caso o governo não leve adiante a pena capital.
A segunda matéria trata dos refugiados da Coréia do Norte. Desde de 1995 quando a epidemia da fome matou mais de um milhão de pessoas, uma população de refugiados tenta entrar na China. Estamos tratando de um número entre 200 e 500 mil pessoas. Os que conseguiram burlar a polícia chinesa, encontraram abrigo entre os missionários das igrejas batista, metodista, e evangélica. Mais de dez anos depois, estes refugiados foram convertidos as religiões pelos missionários e estão retornando a Coréia do Norte, para converter o povo e derrubar o ditador Kim Jong-il. Claro que 90% dos que retornaram foram capturados pelo regime e já morreram.
Observe que as duas matérias tratam de religião e estado. O primeiro caso é uma teocracia, o segundo caso trata de um país comunista e ateu. Qualquer que seja o regime, é a falta de liberdade e a intolerância existente nestes países e em vários outros, muçulmanos ou não que provoca estas tragédias. Liberdade é a palavra chave para que a povo de um país tenha a garantia que o Estado serve a ele e não o contrário.
VOLTEI!!!
Voltei das longas ferias que me dei desde 31 de Outubro de 2010 quando o Brasil elegeu a candidata do PT Dilma Roussef. Afinal, embora tenha escrito pouco no blog durante a eleição, trabalhei muito nas mensagens da rede, tanto no twitter como no meu endereço eletrônico. Fiquei cansada e, como diria minha avó, de cabeça inchada com a derrota do Jose Serra. Tenho acompanhado as notícias dos jornais e não vejo nada extraordinário sendo dito. Percebo nos autores das matérias muita mais especulação do que é dito pelo governo do que fatos. O que vemos é a continuidade e a ampliacão do petismo. Jose Dirceu tinha razão quando disse na Bahia em encontro com petroleiros que para o PT a eleição de Dilma era melhor do que a de Lula. O PT é maior que Dilma e Lula era maior que o PT. Coisa horrorosa de se constatar, não sei o que é pior. Talvez tenhamos surpresas mais para frente. Dilma tem sido mais elegante politicamente, mais ponderada e aponta algumas metas que me são simpaticas. Tem sido mais espectadora do que presidente. Pode ser uma estratégia. Ou pode não ser nada e o PT é mesmo quem vai mandar. Uma derrota no Congresso talvez coloque no devido lugar algumas coisas. Alias, hoje li algo interessante. Falam do fisiologismo e do apetite do PMDB por cargos. Porém o espetáculo de voracidade quem está dando é o PT.
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